Por que visitar o Parque Nacional da Serra dos Órgãos é uma boa ideia?

Fundado em 30 de novembro de 1939, possui uma extensão de 20 mil hectares ocupando os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Magé e Guapimirim, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos - PARNASO é o terceiro parque nacional mais antigo do Brasil e disputa o posto de unidade de conservação mais visitada com O Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu e o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O parque está localizado numa região de clima tropical super úmido, em que a umidade relativa do ar chega a alcançar 80 a 90% e a temperatura pode variar de 13º a 23º C ao longo do ano, chegando a 5ºC negativos no topo das montanhas durante o inverno. A estação chuvosa se estende de novembro até março e o período de seca, ideal para a prática de caminhada nas trilhas vai de junho até agosto.  

O clima na região é dominado pela Massa Tropical Atlântica, que proporciona umidade e temperaturas altas durante a maior parte do ano. Ao longo do ano, a Massa Polar Antártica, que é seca e fria, se encontra com a massa Tropical Atlântica e produz fortes chuvas.

O site do PARNASO traz uma importante informação referente ao regime de chuvas do local:

Devido à proximidade com o mar o maciço rochoso torna-se uma barreira para a entrada das massas de ar vindas do Atlântico. A umidade destas massas faz das vertentes deste maciço voltadas para o oceano mais úmidas que aquelas voltadas para o continente. Isto ocorre porque as massas de ar tendem a perder umidade ao se encontrarem com o maciço, gerando chuvas orográficas, ventos úmidos ou névoa. Portanto, ao atingirem as vertentes opostas, as massas de ar vindas do Atlântico já perderam boa parte de sua umidade, tornando estas vertentes, em geral, mais secas e mais suscetíveis à ocorrência de incêndios. 

Serra dos Órgãos é como se chama o trecho da Serra do Mar localizado entre os municípios de Teresópolis, Petrópolis Guapimirim e Magé. O Parque Nacional cumpre a função de proteger os mananciais que alimentam as principais bacias hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro: a bacia do Paraíba do sul que é abastecida pelos rios que correm no lado das montanhas voltado para o continente, e a bacia da Baía de Guanabara, que é alimentada pelos rios que descem pelo lado das montanhas voltado para o mar.

Quem planeja banhar-se nas cachoeiras do Parnaso precisa ficar atento às "cabeças d'água" ou "trombas d'água" muito comuns no verão e que oferecem um grande perigo aos frequentadores mais desatentos. Elas causam um aumento repentino do volume de água dos rios, porque as nuvens mais baixas, cheias de água se chocam com o topo das montanhas causando a chuva que desce com grande velocidade até o pé da serra causando sérios acidentes e até mortes. 

Outro ponto de grande interesse é o fato de o Parnaso estar inserido numa área considerada remanescente da Mata Atlântica. Por este motivo ele foi declarado como Reserva da Biosfera no ano de 1991. Sua flora é composta por mais de 2.800 espécies com destaque especial para 369 espécies de orquídeas e mais de 100 de bromélias.

A grande variação de altitude é uma característica que destaca o PARNASO de outras Unidades de Conservação. Em apenas 20.024 hectares, é possível encontrar elevações que variam desde 80 até 2.263 metros, que é a altitude da Pedra do Sino, o ponto culminante do Parque. 

Essa variação altitudinal influencia as características da cobertura florestal, que se adapta às condições do ambiente onde ela se encontra: Até 500 metros, predomina a cobertura da floresta pluvial submontana, com árvores altas de até 30 metros de altura tais como a: palmeira juçara, a pindobinha, a embaúba, entre outras.

Dos 500 aos 1500 metros, a floresta montana, com árvores entre 25 e 30 metros, mas que podem alcançar até 40 metros de altura. Entre elas se destacam o jequitibá-rosa, o ouriceiro, a canela e a canela-santa. Nesta região é possível encontrar também begônias, orquídeas e bromélias.

A partir dos 1500 metros, a floresta pluvial alto-montana, com vegetação mais baixa, e árvores com altura entre 5 e 10 metros e arbustos. Acima dos 2000 metros, os campos de altitude, com vegetação baixa e de aspecto seco, devido à grande exposição aos raios solares. No Campo das Antas, área próxima ao topo da Pedra do Sino é possível encontrar "347 espécies vegetais (...), das quais 66 endêmicas desse ecossistema." (ICMBIO).

O parque possui três sedes: Guapimirim, Petrópolis e Teresópolis, que é a principal e oferece ao visitante toda a infraestrutura para acolher e proporcionar momentos agradáveis para famílias e amigos.

A Sede de Teresópolis possui inúmeros atrativos, tais como: o Centro de visitantes, a Barragem e os poços do Castelo, Dois Irmãos e da Ducha. O parque é acessível a cadeirantes e possui: áreas para piqueniques, loja de lembranças, lanchonete, área de camping com banheiros e lava pratos, estacionamento e vigilância 24 horas.

A sede de Teresópolis também oferece trilhas com variados níveis de dificuldade, capazes de atender tanto ao público iniciante, quanto aos mais experientes. Essas trilhas são:

1. A Trilha da Primavera, com um percurso de 500 metros, e nível de dificuldade leve.
2. A Trilha Mozart Catão, com um percurso de 800 metros, e nível de dificuldade moderado.
3. A Trilha Cartão Postal, com um percurso de 1200 metros, e nível de dificuldade moderado.
4. A Trilha Pedra do Sino, com um percurso de 11000 metros, e nível de dificuldade pesado.
5. A Trilha 360, é uma trilha circular, que une as trilhas Cartão Postal e Mozart Catão. Tem um percurso de 2.600 metros, podendo chegar a 4 Km, caso o visitante queira acessar três mirantes possíveis neste trajeto. O Nível de dificuldade deste circuito é moderado.
6. A Trilha Suspensa, é uma trilha acessível pessoas com necessidades especiais e com dificuldade de locomoção, tem um percurso de 1300 metros, e nível de dificuldade leve.

Com mais de 130 quilômetros de trilhas, o Parnaso é considerado como um dos melhores lugares para a prática de esportes de montanha no país. Aberto à visitação pública todos os dias, esta unidade de conservação merece ser conhecida e estudada para que os seus encantos sejam preservados e as futuras gerações tenham condição de conhecer um lugar cada vez melhor.

Escrito por: Marcos Vichi

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Referências:

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______. Parnaso, conheça as sedes. Disponível em: https://parnaso.tur.br/o-parque/sedes/ Acesso em 24 Nov 2020.

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Imagem 11 - Arquivo pessoal

Imagem 12 - SILVA, Lucas da. Vista da pista de subida da serra de Petrópolis ao final da tarde. Área de Mata Atlântica, alguns pontos pertencentes ao PARNASO. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vista_da_subida_da_Serra_de_Petr%C3%B3polis-RJ.jpg Acesso em: 17 Jan 2021

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Imagem 19 - Foto: Monique Zajdenwerg Disponível em: https://www.webventure.com.br/parque-da-serra-dos-orgaos/ Acesso em 17 Jan 2021

Imagem 20 - Foto: Bruno Henrique Santos Sousa Pé de embaúba com folhas de cor prateada Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:%C3%81rvore_Embauba.jpeg Acesso em 17 Jan 2021

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Imagem 24 - Foto: Dalton Holland Baptista Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Chelyorchis_ampliata.jpg Acesso em: 17 Jan 2021

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Imagem 35 - Foto de: Waldyr Neto. Disponível em: https://parnaso.tur.br/o-parque/historia/ Acesso em 17 Jan 2021

Imagem 36: Cachoeira Ceci e Peri: Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cachoeira_Ceci_e_Peri_Parnaso.jpg> Acesso em 04 Jul 2022

Vídeo 1 - Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iWUwUY4m0To Acesso em: 17 Jan 2021